Por De São Paulo
Pelo significativo consumo de água, energia, madeira e matéria-prima de origem mineral, o setor da construção civil é alvo da procura por selos verdes, agregando tecnologias para evitar o desperdício de recursos naturais e o descarte de resíduos. Obras que seguem princípios ambientais atestados pelo selo custam 5% mais caro. Mas, além da redução de custos após a construção, a valorização do empreendimento para revenda é de até 20%, de acordo com dados do sistema de certificação Leed, existente em 127 países. Entre centenas de obras em processo de certificação no país, estão cinco dos 12 estádios de futebol que terão jogos da Copa do Mundo de 2014.
O setor de construção é um dos maiores consumidores de insumos extraídos tanto de florestas plantadas como das áreas naturais. No entanto, menos de 5% da produção madeireira nativa é certificada, conforme dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Mais de 40% têm origem ilegal.
Como há esquemas para fraudar o sistema de controle e a documentação, mesmo a madeira considerada legal não tem garantias quanto à extração sem práticas predatórias. "O gargalo para a expansão da certificação está na distância entre produtores e compradores", atesta Leonardo Sobral, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
Segundo ele, o selo confere à madeira um sobrepreço entre 7% e 15%. "Enquanto os compradores alegam que falta produto certificado para atender a demanda, os produtores dizem que o problema está no desinteresse pelo produto mais caro", explica Sobral. Praticamente toda produção certificada é destinada à exportação. "Com o dólar em queda, a tendência é o produtor olhar para o mercado interno como estratégico", avalia. (S.A.)
Fonte:Valor Economico