Elas são lindas, peças únicas e ainda carregam os valores
do conhecimento tradicional dos povos originários: as alpargatas pintadas à mão
pelas mulheres Kayapó, com o grafismo característico da etnia, estão prontas
pra andar por aí. A primeira leva chega ao mercado com 500 pares, desenhados um
a um, em lona reciclada, com tinta à base de água, preta ou marrom, resistente
a lavagem.
Por meio de uma parceria com o Instituto Kabu, associação
civil, sem fins lucrativos, que representa a etnia, a Perky, empresa do Rio
Grande do Sul, envia o tecido já cortado às aldeias. E aqui, na página do
Instituto Kabu, é possível ver um
pouquinho desse processo.
Cada par custa entre R$160,00 e R$180,00 e pode ser
encomendado pelo e-mail contato@mekragnoti.com.br, que orientará sobre as
formas de pagamento.
Com essa iniciativa, que reúne 300 mulheres, de dez
aldeias, das Terras Indígenas Baú e Mekragnotire, do sul do Pará, território do
Xingu, a intenção é fortalecer a posição da mulher Kayapó, gerando renda a
partir de atividades da cultura Kayapó e de técnicas ancestrais, das quais são
guardiãs.
As alpargatas levarão na caixa o selo Origens Brasil®,
fruto de uma parceria entre as ONGs Imaflora e ISA, que identifica a origem de
produtos da biodiversidade brasileira, que são resultados de relações
comerciais éticas, justas e transparentes entre empresas e os povos da
floresta.
Tintim por tintim
Nessa cadeia não existe lucro. As artistas e a indústria
recebem o mesmo percentual das vendas, que é divido da seguinte forma:
35% são destinados à Perky para cobrir os custos de
produção (que incluem a compra da matéria prima, dos insumos, da tinta e o
pagamento da mão de obra). 35% vão diretamente para as artistas Kayapó.
30% vão para o fundo comunitário do Instituto Kabu, que custeia
os encargos, as embalagens e a manutenção do projeto.
Cleber Oliveira de Araujo/ Instituto Kabu