O debate internacional sobre a conservação da Amazônia e o destino das políticas ambientais no Brasil ganhou um novo e importante capítulo este mês. Durante o Congresso Mundial da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês para International Union of Conservation of Nature), realizado em Marselle, na França, entre 03 e 11 de setembro de 2021, foram aprovadas três importantes moções relacionadas à proteção da Amazônia e do Cerrado e à crise climática.
Realizado uma vez a cada quatro anos, o Congresso Mundial de Conservação da IUCN reúne líderes e tomadores de decisão do governo, sociedade civil, povos indígenas, empresas e academia de todo o mundo, com o objetivo de conservar o meio ambiente e aproveitar as soluções que a natureza oferece para os solucionar os diversos desafios globais.
Em Marselle, os membros da entidade aprovaram moções relacionadas diretamente ao Brasil como as que apoiam metas de conservação da Amazônia para evitar chamado o ponto sem volta no bioma. O documento apela para que os membros da IUCN sustentem as metas de conservação de base territorial, com o objetivo de proteger, conservar e administrar de forma sustentável pelo menos 80% da Amazônia até 2025.
A moção solicita, ainda, aos Estados Membros da IUCN e Agências Governamentais da Amazônia que trabalhem pelo reconhecimento e a demarcação de terras e territórios indígenas, bem como sua governança local até 2025. A participação direta de representantes dos povos indígenas no Congresso de 2021 foi fundamental para a aprovação destas resoluções.
Roberto Palmieri, representante do Imaflora na IUCN e chefe da delegação sul-americana nesse congresso destacou “O congresso reuniu organizações-membros da IUCN de mais de 160 países para um debates e busca de soluções para o futuro do planeta. O Brasil foi um dos países especificamente mais citados desde de abertura na fala do presidente da França e durante todo o congresso. O Brasil teve importância nos debates sobre conservação da natureza pela sua importância em termos de biodiversidade e para soluções no que se refere às crises climáticas. Também pela sua importância como produtor de alimentos. Conciliar sua relevância ambiental e como produtor de alimentos é possível, mas exige políticas publicas e investimentos!”