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Cresce certificação socioambiental na cadeia da carne

17/10/2012

A Fazenda Água Sadia, localizada em Barra do Bugres, no Mato Grosso, acaba de conquistar a certificação socioambiental da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), para a pecuária. Com isso, o empreendimento ganha o direito de identificar seus produtos com o selo Rainforest Alliance Certified, que atesta boas práticas no campo.

O empreendimento foi certificado pelo Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – que destaca o fato da propriedade trabalhar em um modelo bastante comum para a atividade pecuária, o arredamento do pasto. “A impossibilidade de separar inteiramente responsabilidades das duas partes, arrendatário e arrendante, nos levou a auditar o empreendimento inteiro, o que gerou um ganho social e ambiental muito maior” explica a engenheira-agrônoma Daniella Macedo.

Além de um número maior de trabalhadores beneficiados (ver abaixo), o empreendimento, que possui cerca de 8 mil hectares, dos quais quase 3 mil são áreas de conservação, eleva em 26% a área total da pecuária com certificação da Rede de Agricultura Sustentável, no Brasil, além de representar um aumento de 16% no número de animais cuja rastreabilidade pode ser comprovada, do nascimento ao abate.

O contrato da Fazenda Água Sadia é com a Fazenda São Marcelo Ltda., do Grupo JD, primeira fazenda certificada pela Rede de Agricultura Sustentável no mundo, ocorrida em abril desse ano. A certificação da São Marcelo estimulou a a mesma conduta por parte da unidade de Tangará da Serra, no Mato Grosso , do frigorífico Marfrig. No mesmo semestre, o Grupo Carrefour assinou um compromisso público de comercialização dessa carne.

Explicando o processo:

Para ser certificada, uma fazenda ou empreendimento, é submetida a uma rigorosa auditoria, baseada no cumprimento de requisitos sociais e ambientais, acordados no âmbito da RAS e que pressupõe a adesão do produtor a alguns artigos da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), além do respeito à legislação trabalhista brasileira. Entre esses pontos, estão:
A comprovação de que na fazenda não há desmatamento, nem destruição de ecossistemas de alto valor de conservação desde 2005;A identificação individual do animal (com chip ou brinco), de maneira a permitir sua rastreabilidade do nascimento ao abate.A permanência do animal na propriedade certificada por, pelo menos, seis meses.  O empreendimento deve comprovar vacinas e boa saúde do animal;A adoção de medidas para reduzir a emissão de gás metano (como a presença de árvores no pasto para capturar CO2 e medidas que facilitem a digestibilidade de alimentos para reduzir emissõesComprovação de que não há trabalho infantil;Comprovação de que não há trabalho forçado;Comprovação de que não há discriminação de qualquer tipo;A indústria (frigorífico, curtume e demais etapas da cadeia produtiva) também é submetida à auditoria pelo Imaflora e deve comprovar que o produto embalado e que será enviado aos fornecedores é aquele que foi avaliado em seu local de origem, além de ter cumprimento de critério na área social e ambiental.

Fonte: Amazônia.org

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