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Estudo da ISEAL mostra as tendências para os sistemas de certificação

07/11/2013



O crescimento dos sistemas de certificação, no Brasil, nos últimos anos, tem sido bastante significativo e foi objeto de um relatório detalhado da ISEAL Alliance, organização não governamental, com sede em Londres, Inglaterra, especializada na construção de códigos de sustentabilidade para sistemas de certificação. 
Elaborado pela consultoria ecosSistemas, o estudo analisou as tendências e os desafios desse universo  e apresentou os principais resultados aos membros da Organização, em reunião ,em São Paulo. 
A contribuição das ONGs desponta com um peso importante, pela pressão exercida, ao longo da história, por cadeias produtivas mais sustentáveis. Esse comportamento do terceiro setor deve se manter, de acordo com a tendência detectada. 
Mudança substancial aparece no desenho das razões apontadas para a busca pelos selos: se até pouco tempo, a expectativa de prêmios ou sobrepreços era a principal motivação, os ganhos para a imagem corporativa e a necessidade de acesso aos mercados - que cada vez menos aceitam produtos sem algumas garantias - aparecem como o principal fator para a busca de uma certificação. Os compromissos empresariais de compras de produtos certificados, além de regulações, como por exemplo, a da União Europeia para a compra de biocombustíveis sustentáveis, deram novo sentido à essa procura. De acordo com a ecosSistemas, no longo prazo, essas razões devem prevalecer sobre os prêmios em dinheiro, que tendem a desaparecer.
O reconhecimento dos selos também aparece no setor financeiro, que exige alguns padrões, como o FSC para concessão de crédito às empresas do setor, ou o RSPO para o financiamento de empresas que trabalham com o óleo de palma. Embora não tenha padrões próprios, os bancos desempenham um papel relevante ao fazer essa distinção no mercado. “A soma dos sistemas de certificação presentes no Brasil já faz diferença e estão lastreados por um organismo de alta credibilidade, como a ISEAL”, diz Maurício Voivodic, secretário executivo do IMAFLORA, que no evento apresentou o sistema da Rede de Agricultura Sustentável. 
Se o crescimento é uma boa notícia, dele decorrem uma série de outras questões: do ponto de vista do consumidor, a dificuldade em distinguir o significado ou a credibilidade dos organismos envolvidos, começa a gerar desconfiança sobre os selos.
Por sua vez, os empreendimentos que buscam diferenciar suas práticas por meio da certificação se deparam com uma grande variedade de sistemas. Para racionalizar essa questão, começa a haver uma maior aproximação entre os padrões, visando otimizar as complementariedades e, assim, beneficiar os produtores. A preocupação é manter os valores da sustentabilidade. 
O relatório aponta ainda que, ao lado das mensagens da legalidade e do combate ao desmatamento, outros dois temas ganham espaço no cenário: clima e rastreabilidade. Por sua vez, o marco legal brasileiro e os altos níveis de exigências e custos são apontados como fatores que limitam a expansão das certificações e possam torna-las restritas aos empreendimentos capazes de atingir altas performances.
Por fim, os compromissos de compras das grandes empresas devem continuar a alavancar o crescimento da certificação.
O estudo também chama a atenção para o fato desse aumento ter sido impulsionado pelo mercado externo. “Embora já fosse uma informação conhecida, ficou bem evidenciada no estudo. Isso mostra uma fragilidade do nosso mercado interno. Se houvesse uma demanda do mercado doméstico, o crescimento seria bem maior. Os esforços desse relatório apontam para isso”, diz Marina Guyot, gerente de projetos da ecosSistemas. 
Brevemente, a íntegra desse trabalho estará disponível para download no www.isealalliance.org


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