Reconhecimento da FAO é na área de gestão de recursos da terra, solo e água para uma agricultura resiliente e segurança alimentar
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) pelo seu trabalho de cálculo de emissões no setor agropecuário realizado no SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa).
Criada em 1945, a FAO é uma das principais agências internacionais voltadas à erradicação da fome e à promoção de práticas sustentáveis na produção de alimentos. Nesta edição especial de comemoração de seus 80 anos, a FAO buscou destacar casos de sucesso e iniciativas inovadoras que contribuem para o uso sustentável dos recursos naturais (solo, água e terra) e para a segurança alimentar global.
Projeto coordenado pelo Observatório do Clima, o SEEG desenvolve estudos para fornecer estimativas anuais de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil. O Imaflora é a instituição responsável pela análise e pela divulgação de dados no setor agropecuário. Já os cálculos das emissões dos demais setores são realizados por outras instituições que compõem o SEEG: IEMA - energia e processos industriais; IPAM - mudança de uso do solo; e ICLEI – setor de resíduos.
“Esse prêmio é um marco, porque a FAO está celebrando oito décadas de atuação em prol do uso sustentável da terra, do solo, da água e da produção alimentar. Para essa celebração, ela decidiu reconhecer práticas, projetos e iniciativas alinhadas às mesmas soluções que o Imaflora busca promover para enfrentar os desafios da produção de alimentos de forma integrada”, afirma o analista em Ciência do Clima do Imaflora, Gabriel Quintana.
A FAO premia experiências de diferentes setores, como pesquisa, academia, instituições de ensino e extensão, sociedade civil, fundações e setor privado, que contribuem para uma agricultura mais resiliente, inclusiva e sustentável.
“O prêmio reconhece o conjunto de ações que a área de Ciência do Clima do Imaflora vem desenvolvendo no SEEG, no recorte da agropecuária, envolvendo desde a compreensão do contexto brasileiro de emissões e remoções até a geração de dados para monitoramento e apoio na tomada de decisão no âmbito das políticas públicas”, explica Quintana.
A iniciativa promove uma agricultura resiliente que busca reduzir emissões do setor agropecuário, fortalecer a adaptação dos sistemas produtivos e garantir produtividade em diálogo com a segurança alimentar nacional.
“O trabalho realizado conecta ciência, dados e políticas públicas, gerando conhecimento e autonomia para que outros atores também possam tomar melhores decisões. Esse reconhecimento reforça que o projeto está no caminho certo, contribuindo não só com o Brasil, mas também com outros países — como os de língua portuguesa - que têm se apoiado em nessa experiência na geração de dados sobre emissões e remoções do setor”, destaca Quintana.
A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu em Roma, em 15 de outubro, das 17h30 às 19h30 (horário local), como parte das celebrações oficiais dos 80 anos da FAO.