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Imaflora oferece treinamento para técnicos de Cacau em Linhares, Espírito Santo

05/02/2023

Evento compõe atividades de fortalecimento da cadeia produtiva e estimula troca de conhecimento


Na semana passada, o Imaflora esteve em Linhares-ES promovendo o 1° encontro de Treinamento para Técnicos de Cacau. Em dois dias, a programação ofereceu atividades teóricas na parte da manhã e práticas à tarde.

 

A iniciativa compõe as operações do Imaflora em Cadeias Agropecuárias e faz parte do projeto Cacau 2030, da World Cocoa Foundation (WCF) com supervisão do Cocoa Action Brasil com o objetivo de aumentar a produtividade brasileira e resiliência dos produtores de cacau.

 

Atuando também na Bahia e no Pará, o braço capixaba do programa é co-financiado pela Fundação Renova e contou com o apoio do SENAR-ES (Serviço Nacional de Aprendizagem) e Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) para articulação deste treinamento.

 

Antes das mãos na terra, o conhecimento

No primeiro dia, Henrique de Sá Paye, engenheiro agrônomo, doutor em solos e nutrição de plantas, falou sobre Manejo de Irrigação. Paye apresentou técnicas de fertirrigação, abordou os problemas que o técnico deve aprender a identificar e corrigir e apresentou equipamentos que podem ser utilizados em qualquer cultura para monitoramento e controle da irrigação.

Para Henrique, que atua também como executivo, na função de CEO da Soil Agro, a oportunidade desse contato com profissionais da linha de frente aprimora o seu olhar. “Estar com quem de fato lida com a terra e produtores ajuda a compreender suas principais necessidades e demandas”, comenta.

Nas atividades promovidas no segundo dia por Luiz Piacentini, engenheiro agrônomo, mestre em Agronomia e especialista em Cacau do Imaflora, o tema foi Análise e Interpretação dos Solos. Com um conteúdo muito alinhado ao propósito do encontro e que prendeu a atenção dos participantes, Piacentini explicou como avaliar a qualidade do solo e corrigir deficiências nutricionais que podem prejudicar o cultivo do Cacau.

Por também já ter atuado “do outro lado do balcão”, como produtor, Piacentini entende e valoriza esse contato com aquela audiência. “É gratificante compartilhar conteúdo, ensinar e ajudá-los a evitar dificuldades que poderiam comprometer e até mesmo arruinar a produção (do produtor atendido)”, observa.

 

Aprender empodera

Muito atenta ao treinamento, Senária de Souza Silva, 22 anos, é Técnica Agropecuária e bolsista do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural). Senária esteve no evento representando o Mulheres do Cacau (organização local do Espirito Santo que é composta por mulheres produtoras e técnicas de cacau). A jovem conta que o grupo atua em quatro municípios capixabas: Rio Bananal, Colatina, São Roque do Canaã e Santa Teresa. “Hoje são 40 mulheres que já atuam no Cacau e outras vinte se preparando para isso”.

 

Senária destaca que sempre procura participar de atividades de capacitação para aprender coisas novas que podem ser aplicar na produção, mas também, para ocupar um espaço predominantemente dos homens. “Pra mim, isso é empoderamento feminino. Quando a mulher vê que aquela oportunidade já não é mais negada a ela e se sente confortável e convidada, ela começa ali sua revolução pessoal”.

 

De acordo com Vitor França, coordenador de projetos e serviços do Imaflora e coordenador nacional do projeto Cacau 2030, o projeto Cacau 2030 visa a apoiar a produção no estado do ES por meio de treinamentos e dias de campo, além da implantação de áreas demonstrativas. De acordo com ele, a atuação tem como prioridade a participação de pessoas com o perfil da técnica pecuária. "Nosso foco é capacitar profissionais para que atuem com o público final, ou seja, orientando os produtores. E no centro desse grupo, a prioridade é exatamente pessoas como a Senária: mulheres e jovens”.

 

Vitor explica que o evento da semana passada compõe um ciclo de seis treinamentos que serão promovidos em 2023. "A ideia é que os técnicos de campo possam aprender com profissionais muito qualificados e troquem experiências com os demais colegas".

 

O coordenador conta, ainda, que "as atividades do ano terão caráter mais técnico com o objetivo de relembrar e aprimorar técnicas que podem ser multiplicada para aplicação em campo". 

 

Vitor destaca também o engajamento dos técnicos presentes no encontro da semana passada. "Além da participação ativa nas atividades, eles criaram um grupo para dar continuidade às trocas e apoio mútuo".

 

A programação e o calendário para os demais encontros serão anunciados em breve. "O que a gente espera é poder chegar no fim do ano sabendo que levamos um conteúdo especializado e que, com isso, conseguimos juntos auxiliar na melhora da produção e a qualidade de vida do produtor", conclui Vitor.

 

Com estes treinamentos e encontros, além do aprendizado e incorporação de conhecimentos técnicos, a troca entre os técnicos é de suma importância. “O projeto visa também a criação de uma rede de técnicos nos diferentes estados”, complementa Vitor França. Após o treinamento, foi criado um grupo de conversa onde todos os técnicos presentes no treinamento possam trocar informações, tirar duvidas e manter o relacionamento. As possibilidades que estes relacionamentos trazem a cadeia do cacau são inúmeras. 

 

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