Clima e Cadeias Agropecuárias
Nosso objetivo é reduzir as mudanças climáticas e promover cadeias produtivas com baixas emissões de carbono. Para isso, nossas soluções buscam conciliar produção e impactos socioambientais. Por meio de estudos, analisamos dados e levantamos oportunidades de redução de impactos da produção no clima e na sociedade. Construímos estratégias para cadeias livres de desmatamento no Amazônia e Cerrado.
Atuamos, também, com a divulgação de dados e engajamento social - analisando as emissões nacionais e sugerindo recomendações em políticas públicas, diante das metas nacionais de redução das emissões de GEE.
Como sociedade civil, participamos ativamente de espaços de discussões e grupos de trabalho, atuando em rede com:
• Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura
• Grupo de Trabalho da Soja (GTS)
• Grupo de Trabalho do Cerrado (GTC)
• Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS)
• Observatório do Clima (SEEG)
• Rede de Agricultura Sustentável
• The Tropical Forest Alliance
Além de trabalharmos diretamente com produtores e cooperativas, por meio de ações e projetos, que:
• Desenvolvem e apoiam a implementação de boas práticas – através de ferramentas de monitoramento e verificação.
• Calculam as emissões de gases de efeito estufa em fazendas – com o uso, principalmente, da ferramenta GHG Protocolo.
Consulte-nos sobre nossas soluções para reduzir emissões nas cadeias produtivas aqui.
Acelerando o passo rumo à proteção das florestas, dos ecossistemas e dos direitos humanos.
Nos últimos anos, a crescente preocupação do público com as mudanças climáticas, perda de biodiversidade, degradação ambiental e exploração humana tornou as ações de responsabilidade social corporativa ainda mais urgentes. Centenas de líderes empresariais com visão de futuro se comprometeram a transformar seus sistemas de produção agrícola e florestal e suas cadeias de abastecimento para proteger ecossistemas, populações e territórios.
No entanto, as empresas que buscam progredir ao cumprir seus compromissos, normalmente encontram dificuldade em saber quais são os caminhos adequados devido ao desalinhamento de definições, de métricas e de requisitos em diferentes padrões, ferramentas e iniciativas e também pelo desconhecimento das ferramentas apropriadas e que se relacionam com os importantes compromissos e metas globais, como o Acordo Climático de Paris, a Declaração de Nova York sobre Florestas, as Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o Desafio de Bonn para a restauração de paisagens.
A AFI (Accountability Framework) nasceu em 2016 a partir da união de atores em todo o mundo que se perceberam com o mesmo propósito: acelerar o progresso e aprimorar a responsabilidade sobre os compromissos assumidos pelas corporações para proteger as florestas, os ecossistemas naturais e os direitos humanos e fechar a lacuna entre os compromissos e os resultados.
A iniciativa é um conjunto de normas e orientações comuns a empresas em todo o mundo para que utilizem a mesma terminológo para estabelecer, implementar e demonstrar o progresso em relação aos seus compromissos éticos da cadeia de abastecimento na agricultura e silvicultura.
O conjunto de princípios da iniciativa foi desenvolvido através de uma consulta pública, realizada entre 2017 e 2019. Sua primeira versão foi lançada em junho de 2019, e desde então, seu uso é estimulado para o alcance dos compromissos. Esse conjunto de normas e orientações que fornecem caminhos para as implementações, estão disponíveis aqui.
A AFI (Accountability Framework) supre as solicitações do setor privado para que as ONGs desenvolvam um conjunto transparente e integrado de diretrizes de implementação e a necessidade de medidas comuns de sucesso que podem ser seguidas e monitoradas em toda a gama de commodities e contextos geográficos onde os compromissos se aplicam.
Parceiros de apoio
O Imaflora é uma das organizações que apoiam o AFI (Accountability Framework). Seu papel, assim como dos demais parceiros, é estender o alcance e o impacto positivo da iniciativa, promovendo e apoiando a adoção da estrutura de responsabilidade ou dos elementos nela contidos por empresas, por outras iniciativas de sustentabilidade ou processos de políticas governamentais e/ou por múltiplas partes interessadas.
As parcerias também contribuem com o aumento da conscientização e da comunicação do valor da gestão da produção e do comércio de commodities alinhados às boas práticas da iniciativa e realizam atividades específicas, personalizadas para cada parceiro, que os permitem avançar de forma mais eficaz, buscando os objetivos e as prioridades da sustentabilidade de suas organizações (leia mais).
A carne bovina na linha da transparência e da responsabilidade
Região que reúne os maiores rebanhos bovinos do país, a Amazônia, detém 56 milhões de hectares de pastagens e uma ampla rede produtora, com aproximadamente 400 mil empreendimentos produtores de gado e 157 frigoríficos, segundo estatísticas nacionais (IBGE, 2017).
O trajeto entre o gado criado nas fazendas e a carne na mesa dos consumidores compreende uma extensa cadeia produtiva. Nesse percurso, os compromissos assumidos pelos frigoríficos e redes de varejo são centrais para a eliminação da compra de gado contaminado por desmatamento, trabalho escravo ou invasão de terras públicas.
Em 2009, grandes frigoríficos firmaram acordos para eliminar irregularidades socioambientais de sua cadeia de fornecimento. Assim os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs), elaborados pelo Ministério Público Federal, com foco no desmatamento ilegal, e o Compromisso Público da Pecuária, proposto pelo Greenpeace para o desmatamento zero, ambos vigentes em 2020, colocam-se como acordos fundamentais para coibir ilegalidades e garantir práticas responsáveis na região.
Em 2013, foi a vez das redes de supermercado assinarem o compromisso de não comprarem carne de propriedades que não respeitassem esses princípios. A primeira auditoria para verificar o cumprimento das regras aconteceu em 2014.
Aumentando a robustez dos compromissos
Ao longo de mais de 10 anos da vigência dos compromissos, um conjunto de documentos oficiais e ferramentas foi sendo criado e revisado e também novos documentos normativos e técnicos foram surgindo.
Devido à complexidade das variadas regras assim como dos procedimentos para o monitoramento das fazendas, bem como das diferentes formas de demonstrar a conformidade da produção, é urgente a necessidade de harmonização e unificação.
O projeto Boi Na Linha
O grau de implementação dos compromissos assumidos ainda é baixo. Com base nisto, o Projeto Boi na Linha surge como um esforço conjunto para fortalecer os compromissos sociais e ambientais do setor produtivo da carne bovina na Amazônia e impulsionar sua implementação.
O projeto busca atingir este objetivo promovendo alinhamento entre os diferentes elos da cadeia de valor da carne bovina, por meio das seguintes ações:
• apoio ao aprimoramento do monitoramento dos fornecedores com critérios claros e precisos;
• auxílio na melhoria das auditorias das compras de gado, unificando regras e procedimentos;
• aumento da transparência dos resultados, com dados e informações atualizados;
• treino dos diferentes elos para implementação das ferramentas desenvolvidas.
A plataforma Boi Na Linha
Para isso o projeto conta com uma plataforma online para facilitar o acesso e dar transparência aos dados e informações. Como primeiro resultado, interliga produtores, frigoríficos, varejistas, curtumes e investidores em torno dos mesmos compromissos socioambientais. Em segundo lugar, funciona como uma fonte de dados para a sociedade civil acompanhar a evolução desses compromissos.
Resultados atingidos
Harmonização das regras para fornecedores diretos
Como primeira ação e resultado concreto, o projeto Boi Na Linha promoveu a articulação para assinatura do Protocolo Unificado de Monitoramento de Fornecedores de Gado que foi oficializado em 2020, sistematizando os critérios contidos no TAC da Pecuária, no TAC da Carne Legal e no Compromisso Público da Pecuária. O Protocolo nesta primeira versão cobre o monitoramento dos fornecedores diretos (os últimos que engordam o gado para venda aos frigoríficos).
A unificação desses métodos estabelece a referência oficial para o controle dos fornecedores de gado diretos quanto ao desmatamento ilegal, trabalho escravo e existência de áreas embargadas pelo Ibama ou invasões de Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
Diversos workshops sobre as novas regras de avaliação de fazendas foram realizados nos Estados do Pará e Mato Grosso, envolvendo representantes dos frigoríficos para entendimento de como o Protocolo Unificado funcionará. Além disso, foram realizados webinares com os principais integrantes do Boi Na Linha, transmitidos ao vivo e com participação do público, que buscaram esclarecer os principais pontos do projeto.
Outras ações já em curso
O Protocolo Unificado de Auditoria já começou a ser desenvolvido e também o Guia para elaboração de Política de Compra de Carne Bovina do varejo.
Fornecedores indiretos
O monitoramento e auditoria dos fornecedores indiretos (onde nascem os bezerros) são obrigações que constam nos compromissos assinados e nas soluções técnicas já existem, sendo avanços importantes e urgentes a serem realizados. Diante deste grande desafio, o projeto Boi Na Linha entende como fundamental e propõe reavivar e manter ativa a articulação entre os atores envolvidos e comprometidos com as soluções. Leia o Info Brief nº 1 aqui.
A soja na linha dos compromissos ambientais e socias
O projeto Soja Na Linha nasceu a partir de um esforço conjunto, de especialistas e parceiros estratégicos locais e internacionais, para fortalecer os compromissos sociais e ambientais do setor produtivo da soja na Amazônia e no Cerrado e impulsionar suas implementações através do desenvolvimento de soluções e ferramentas accountability.
Objetivos do projeto:
• apoiar a implementação da Moratória da Soja na Amazônia e do Protocolo de Grãos no Estado do Pará;
• apoiar e ampliar os compromissos corporativos para uma cadeia da soja livre de desmatamento no Cerrado.
O Soja Na Linha conta ainda com uma Plataforma Online, um hub que fornece acesso a sistemas, ferramentas, dados e informações técnicas para uma cadeia de soja livre de desmatamento.
Assim, produtores, comerciantes de soja de diferentes tamanhos, redes de supermercados e também investidores podem usar esse ambiente para encontrar os materiais necessários para melhorar e implementar seus compromissos e políticas.
A sociedade civil também pode usá-la como fonte de dados e recursos para monitorar o progresso dos acordos firmados por toda a cadeia.