O relatório sugere que a agricultura será prejudicada caso as temperaturas continuem a subir. Segundo estudo citado pelo relatório, a produção de arroz pode cair 6% e a de milho 12%, caso as emissões de gases de efeito estufa continuem subindo, gerando um cenário de aumento de temperatura de 4ºC. Mesmo com cortes rápidos nas emissões, a produção agrícola ainda sim terá baixas, mas em um nível consideravelmente menor: queda de 2% para o arroz e 8% para o milho, em um cenário de aumento da temperatura em 2ºC.
“Os efeitos da crise climática não são mais coisa do futuro. Eles já são observados e foi justamente para isso que esse novo volume do relatório do IPCC alertou”, afirma a Gerente de Clima e Emissões do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Isabel Garcia Drigo, que está disponível para comentar sobre pontos importantes desse volume do relatório, como:
- - O papel da agricultura brasileira na mitigação dos efeitos já observados das mudanças climáticas e na adaptação a esse novo cenário.
- - Exemplos práticos do que produtores e empresas brasileiras da agropecuária podem fazer desde já para atuar nessa mitigação e adaptação.
- - Políticas públicas e instrumentos públicos que já existem no Brasil e que podem ser usados para esse fim.
“Estamos vivendo um cenário de mais seca onde já havia, de acentuação de eventos extremos”, afirma Isabel Garcia Drigo. “Isso quer dizer, por exemplo, menos chuva para a agricultura. A soja brasileira já sentiu isso ano passado. Então, é necessário pensar no que deve ser feito diante disso que já está colocado.”