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Exploração madeireira ilegal em Rondônia cai para 21%, mas quase metade ainda acontece em áreas protegidas

18/12/2025

Monitoramento por satélite da Rede Simex mapeou 26,2 mil hectares; Terras Indígenas e Unidades de Conservação concentram parte relevante da exploração não autorizada

 

A Rede Simex registrou 26.262 hectares de exploração madeireira em Rondônia no ciclo mais recente monitorado por imagens de satélite — um aumento de 16% em relação ao período anterior. Ao mesmo tempo, o levantamento mostra melhora na regularidade: 79% da área observada estava autorizada (20.816 ha), enquanto 21% foi classificada como não autorizada (5.446 ha). 

 

Mesmo com a redução proporcional, a exploração ilegal segue como alerta por ocorrer também em territórios sensíveis. Do total não autorizado, 26% ocorreu em Unidades de Conservação (1.415 ha) e 23% em Terras Indígenas (1.257 ha); o restante se distribuiu entre imóveis rurais cadastrados (37% / 2.023 ha), terras não destinadas (7% / 393 ha) e assentamentos rurais (7% / 358 ha). 

 

Os dados são da Rede Simex, iniciativa formada por Imazon, Imaflora e ICV, que expandiu o monitoramento da exploração madeireira na Amazônia a partir de imagens de satélite. Criado em 2008, o Simex avalia a exploração madeireira e sua conformidade com autorizações de Manejo Florestal Sustentável, contribuindo para diferenciar o que é atividade manejada e licenciada do que é exploração predatória e sem controle.

 

“O Simex ajuda a separar o que é manejo planejado e licenciado do que é exploração predatória. Quando a análise mostra onde a ilegalidade se concentra - tanto em categorias de território quanto em municípios específicos - ela oferece um mapa para ação: fiscalização dirigida, revisão de controles locais e medidas de prevenção antes que a degradação se converta em desmatamento”, destaca Júlia Niero, analista técnica do Imaflora.

 

Áreas protegidas com exploração ilegal

 

Entre as áreas protegidas com registro de exploração não autorizada, a Terra Indígena Kaxarari aparece como o principal foco (1.257 ha; 47%), seguida pela Floresta Nacional de Jacundá (895 ha; 33%), Estação Ecológica Samuel (364 ha; 14%) e Resex Jaci-Paraná (156 ha; 6%). 

 

Ilegalidade se concentra em poucos municípios

 

O levantamento aponta redução das áreas não autorizadas em relação ao ciclo anterior - queda equivalente a 35%, passando de 37% para 21%. Ainda assim, toda a exploração ilegal registrada ocorreu em sete municípios, com 85% concentrada em apenas três: Porto Velho (3.067 ha; 56%), Candeias do Jamari (912 ha; 17%) e Pimenteiras do Oeste (669 ha; 12%). 

 

“Rondônia traz um retrato ambivalente: a área total explorada aumentou, e a parcela autorizada é majoritária, mas a presença de exploração não autorizada em Terras Indígenas e Unidades de Conservação é um sinal de risco que precisa de resposta rápida, com comando e controle e transparência para proteger territórios e fortalecer a legalidade”, afirma Leonardo Sobral, diretor de Florestas e Restauração do Imaflora.

 

Principais achados do Simex em Rondônia (ciclo mais recente)

  • Área total mapeada: 26.262 ha.
  • Autorizada: 20.816 ha (79%).
  • Não autorizada: 5.446 ha (21%).
  • Perfil da ilegalidade: 37% em imóveis cadastrados; 26% em UCs; 23% em TIs; 7% em terras não destinadas; 7% em assentamentos.
  • Tendência: ilegalidade caiu de 37% para 21% (redução de 35%); área total explorada cresceu 16%.
  • Concentração municipal da ilegalidade: 7 municípios; Porto Velho lidera.

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