- Dos 18.658 hectares mapeados pela Rede Simex no Estado no período entre agosto de 2021 e julho de 2022, 19% da exploração aconteceu de forma ilegal
- Porto Velho ainda representa o principal polo de extração de madeira não autorizada
A Rede Simex, formada por quatro organizações socioambientais independentes – Imaflora, Imazon, Idesam e ICV –, que monitora a exploração madeireira em toda a Amazônia, detectou, no período compreendido entre agosto de 2021 a julho de 2022, um aumento na exploração ilegal da madeira em Rondônia, onde 3.543 hectares estavam sem licença para o manejo.
Da área total mapeada neste período, equivalente a 18.658 hectares, 81% estavam autorizadas (15.115 hectares). “Isto significa que houve um aumento da exploração ilegal em relação ao ano passado, quando 12% de toda área explorada deu-se de forma não autorizada. Neste ano, o índice atingiu 19%”, destaca Julia Niero, analista de Cadeias Florestais do Imaflora.
Não foi apenas a área sob exploração madeireira não autorizada que cresceu em relação ao período anterior. Em 2022, a área total mapeada sob exploração de madeira também demonstrou um aumento de 14% em relação ao período anterior, quando foram mapeados 16.377 hectares.
O município de Porto Velho, que abriga a capital do Estado, ainda representa o principal polo de extração de madeira não autorizada em Rondônia, com 57% de toda a área ilegal mapeada (2.032 hectares), seguido pelos municípios de Ariquemes (15% ou 532 hectares), Machadinho D'Oeste (13% ou 477 hectares), Pimenta Bueno (8% ou 269 hectares) e Buritis (7% ou 233 hectares).
O mapeamento realizado também revelou que a exploração sem licença ocorreu em sua enorme maioria (80,1% da área) em imóveis rurais cadastrados, o que representa 2.837 hectares. No mapeamento anterior, de 2021, 98% da exploração não autorizada também ocorreu nessa categoria.
“Detectamos que toda a exploração ilegal em áreas protegidas ocorreu no Parque Nacional do Mapinguari, atingindo 567 hectares de floresta explorados de forma ilegal, o que equivale a 16% do total de áreas com operação não autorizada”, revela Julia.
Compõem a exploração ilegal em Rondônia, 132 hectares em vazios fundiários (3,7% do total) e 7 hectares em terras não destinadas (0,2% do total).
Ao longo do ano, o Imaflora, junto à rede Simex, monitorou a atividade madeireira na Amazônia, com foco nos estados de Rondônia e Acre, juntamente com uma avaliação da legalidade das operações por meio do cruzamento com a base de licenciamento dos planos de manejo. Assim, foi possível apurar o nível de exploração licenciada e não licenciada em ambos os Estados. “É importante para o setor e para a sociedade civil acompanhar o status dessas atividades, principalmente em locais mais sensíveis à exploração, como é a Amazônia. É fundamental também para o governo que estas informações estejam publicadas. A transparência dos dados é algo crucial para qualificar o debate sobre o setor florestal no País”, declara Leonardo Sobral, gerente de Cadeias Florestais do Imaflora.
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