No entanto, dos 25.667 hectares mapeados pela Rede Simex no período entre agosto de 2021 e julho de 2022, apenas 2% da exploração no estado foram ilegais
Exploração madeireira no Acre dobra em relação a 2021
14/12/2023
A Rede Simex, formada por quatro organizações socioambientais independentes – Imaflora, Imazon, Idesam e ICV –, que monitora a exploração madeireira em toda a Amazônia, finalizou o mapeamento no Acre para o período entre agosto de 2021 e julho de 2022. Como resultado, mapeou 25.667 hectares de florestas exploradas no período, o que representa um aumento em relação ao ano anterior, no qual foram mapeados 10.886 hectares.
“A área mapeada em 2022 foi duas vezes maior do que a verificada no ano anterior, o que significa que houve um aumento considerável na exploração madeireira. No entanto, detectamos que apenas 2% desse total, ou seja, 554 hectares não tinham autorização para o manejo”, destaca Tayane Carvalho, analista de Cadeias Florestais do Imaflora.
A exploração não autorizada ocorreu em imóveis rurais cadastrados e, deste total, 88% deu-se no município de Feijó. Os outros 12% da exploração ilegal ocorreram em Capixaba, município situado no sudeste do estado do Acre.
Os dados apontam ainda que a maior parte da exploração ocorreu em imóveis rurais privados. Não houve exploração em terras indígenas e em Unidades de Conservação de Proteção Integral. “O estudo detectou que o município de Feijó também está em primeiro lugar em relação à exploração autorizada, com 38% do total, o que equivale a 9.505 hectares”, revela Tayane.
Juntamente com Feijó, os municípios de Rio Branco (20%), Sena Madureira (15%) e Porto Acre (12%) concentram quase 90% de toda a exploração legal no estado do Acre.
Ao longo do ano, o Imaflora, junto à rede Simex, monitorou a atividade madeireira na Amazônia, com foco nos estados de Rondônia e Acre, juntamente com uma avaliação da legalidade das operações por meio do cruzamento com a base de licenciamento dos planos de manejo. Assim, foi possível apurar o nível de exploração licenciada e não licenciada em ambos os estados. “É importante para o setor e para a sociedade civil acompanhar o status dessas atividades, principalmente em locais mais sensíveis à exploração, como é a Amazônia. É fundamental também para o governo que estas informações estejam publicadas. A transparência dos dados é algo crucial para qualificar o debate sobre o setor florestal no País”, declara Leonardo Sobral, gerente de Cadeias Florestais do Imaflora.
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