Nesse momento de tanta dor e consternação, o Imaflora gostaria de lembrar alguns fatos, conquistas e contribuições desse grande líder que marcaram não só a nossa história, mas também o manejo comunitário, a certificação florestal, os povos da floresta e a Amazônia.
Antes mesmo da criação da OELA em 1997, tivemos a oportunidade de conhecer o Rubens em nossas andanças pela Amazônia. Seja em encontros de manejo comunitário, realizados no Acre, ou em reuniões do FSC® - Forest Stewardship Council® onde se discutia a adaptação da certificação para comunidades tradicionais, Rubão sempre nos presenteava com sua perspectiva prática e realista dos povos da floresta.
Além disso, durante um de nossos primeiros projetos para implementação do manejo florestal madeireiro, executado diretamente pelas comunidades tradicionais, em Boa Vista do Ramos, no estado do Amazonas, Rubão já se preocupava com a agregação, geração e distribuição de valor ao longo da cadeia produtiva, dando oportunidade para moradores da periferia de Manaus de se envolverem na fabricação de objetos de marchetaria e instrumentos musicais. Não era um simples envolvimento, ele estava tirando pessoas vulneráveis da situação de risco e formando cidadãos e luthiers.
Rubão nos ensinou muito com sua garra e entusiasmo quando se tratava da defesa dos direitos das populações tradicionais e a busca incansável para que esses povos pudessem ter uma vida mais digna, que seus produtos pudessem ser valorizados pelos mercados e que suas florestas fossem protegidas acima de tudo.
Temos a honra de ter diversos produtos, de madeira bruta, vinda de comunidades e instrumentos musicais produzidos pelos aprendizes do Rubão em nossa sede.
Somos muito gratos ao nosso amigo, irmão, Rubão e continuaremos firmes na defesa de um manejo florestal que traga benefícios, não só para a floresta, mas também para os povos que nela vivem.
Equipe Imaflora.
