O Instituto passa a ser o único representante da América Latina, no grupo composto por 5 organizações de diferentes partes do mundo.
Na semana passada, Ellen Keyti Cavalheri, engenheira florestal e coordenadora de certificação do Imaflora, passou a integrar o Risk-based approaches Technical Working Group do FSC (Forest Stewardship Council®). O objetivo desse coletivo, formado por representantes da Nepcon, Moore Resource Management, Astra Academy, Imaflora e FSC Rússia é revisar as abordagens já definidas para avaliar e interpretar as normas e padrões nacionais de manejo florestal, baseada em possíveis riscos de seus países.
“Representar o Brasil e a América Latina em um fórum como esse, além de ser uma grande honra, é essencial para garantirmos maior pluralidade nas definições e maior diversidade para o grupo e, com isso, para o trabalho que deverá ser entregue. O grupo revisará os procedimentos FSC-PRO-60-010 e FSC-GUI-60-010 com o objetivo de identificar os maiores desafios de sua aplicação, potenciais ajustes e alinhamentos para sua interpretação e aplicação entre os diferentes atores envolvidos.”, ressalta Ellen.
O FSC desenvolveu esse modelo de abordagem, a partir do seu plano estratégico global, a fim de ajudar os grupos de desenvolvimento de normas e padrões nacionais a se concentrarem nas questões mais importantes para as partes interessadas, em cada país, garantindo, ao mesmo tempo, que o sistema FSC permaneça credível e robusto.
O modelo que é denominado "ADAM" (sigla para as suas quatro frentes: Avaliação de riscos, Designação de risco por indicadores, Resposta adaptada ao risco e Monitoramento e Avaliação) foi projetado para ser consistente com as orientações da ISEAL, baseado nos requisitos da ISO e no ciclo conhecido como PDCA (sigla para “Planejar - Fazer - Verificar – Agir” em inglês) da ISO 9001.
Uma abordagem de risco pode, portanto, ser considerada como uma maneira de manter o equilíbrio entre acessibilidade (aceitação), confiança (acesso ao mercado) e conformidade com os valores e missão do FSC.
Segundo o FSC Internacional, os esforços de garantia podem ser reduzidos, quando os riscos identificados são baixos. Por outro lado, aqueles aspectos com maior probabilidade e impacto de não conformidade, recebem mais atenção. O objetivo é aumentar a relevância do sistema de certificação e torná-lo mais econômico, reduzindo assim o custo geral para os empreendimentos certificados, mantendo a credibilidade e a integridade do Sistema.
Além do Risk-based approaches Technical Working Group do FSC Internacional, o Imaflora faz parte também do Comitê de Desenvolvimento de Padrões do FSC (CDP), onde tem o papel de influenciar as alterações nas normas nacionais que se aplicam ao Brasil pelo sistema de certificação internacional, agregando sua experiência em campo e a realidade brasileira; do Triálogo FSC+ASI+CBs, espaço que reúne 10 representantes das diferentes certificadoras existentes no mundo, o FSC Internacional e a ASI (Accreditation Services International), sendo a única organização brasileira a discutir o sistema da certificação, o modo que realizamos as auditorias e o papel da certificadora no processo, com base nas atualizações das normas; do Working Group Geoprocessamento FSC, ajudando a construir, junto com o FSC, soluções de tecnologia e geoprocessamento no processo das auditorias, o que pode facilitar as verificações em campo e trazer maior credibilidade e transparência para os certificados; e do GT Valorização da marca FSC Brasil. Este último tem como objetivo de mapear e realizar ações para aumentar a visibilidade da marca FSC e, consequentemente, seu mercado. Junto com outros membros do FSC, trabalhamos junto às cadeias produtivas.
Além de integrar esses 5 grupos, o Imaflora foi convidado pela segunda vez para conduzir o teste de campo piloto da norma de grupos (FSC-STD-30-005), do FSC, tanto pela frente de plantações como de comunidades.
Sobre Ellen Keyti Cavalheri:
Coordenadora de certificação florestal do Imaflora, licenciada em Ciências Agrárias e Engenheira Florestal formada pela ESALQ/USP, representante do Imaflora em avaliações e auditorias de certificação. Cursando, atualmente, MBA em Liderança, Inovação e Gestão 4.0, oferecido pela PUC. Atua junto à comissão de desenvolvimento de padrão (CDP) do FSC Brasil como conselheira. Implementou o primeiro teste de campo para grupos de certificação (FSC-STD-30-005) do tipo III no Brasil do FSC Internacional. Compõe o Risk-based approaches Technical Working Group do FSC Internacional. Possui treinamento em cursos de formação e atualização para auditores promovidos pelo Imaflora e formação de auditora líder de sistemas de gestão para o processo de certificação ISO 14.001. Além de ter formação técnica em administração de empresas e como secretaria da CEE (Comissão de Estudo Especial)- 103 da ABNT.