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Mais empresas investem na “floresta em pé”

13/07/2021

Origens Brasil, que faz a ponte com produtores indígenas, quilombolas e ribeirinhos aumenta número de companhias associadas em 69%.

 

Por Raquel Brandão

Valor Econômico

 

Em um ano de desmatamento recorde na Amazônia, preservar a floresta em pé é, para cada vez mais empresas, uma aposta de bom negócio. Em 2020, a floresta perdeu 8.058 km² de área verde, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon - o maior patamar nos últimos dez anos. Mas, nesse mesmo ano, a Origens Brasil, que conecta companhias a indígenas, quilombolas e ribeirinhos, viu o número de empresas-membro dar um salto de 69%, indo de 16 para 28.

 

 “Temos vividos um momento muito desafiador nas questões socioambientais, por outro lado vemos mais interesse do setor empresarial, que se vê como um ator que pode mudar a agenda de desmatamento. Está mais claro que é possível aliar conservação florestal com prosperidade econômica”, diz Luiz Brasi Filho, analista de mercado da Origens Brasil, que é dirigida pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). A procura segue crescente neste ano, segundo o analista. E novos contratos devem ser fechados até dezembro, para comercialização de insumos amazônicos como a proteína de pirarucu, a castanha-do-brasil, a borracha e o cumaru.

 

Criado em parceira com o Instituto Socioambiental (ISA) em 2016, a Origens Brasil reúne 45 associações cooperativas, compostas por mais de 40 etnias indígenas e populações tradicionais, como quilombolas e ribeirinhos. “quem apresenta a oferta disponível (de insumos) e a capacidade do território são as populações tradicionais, eles são os guardiões da floresta”, conta Brasi Filho.

 

No ano passado, as transações entre empresas e produtores locais no Origens Brasil alcançou R$ 2,37 milhões e a projeção é de que esse valor cresça 5% em 2021, mesmo com a continuação da pandemia da Covid-19 e as restrições impostas por ela impostas.

 

Com quase 1.900 produtores cadastrados, a estimativa do Imaflora é de que 12,8 mil pessoas sejam beneficiadas, além de 52 milhões de hectares – correspondente ao território da Espanha – de floresta serem conservados nas regiões de Xingu, Calha Norte, Rio Negro e Solimões, onde a rede atua.

 

Leia a matéria na integra no Valor Econômico (14/07/2021).

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