O encontro reuniu cerca de 50 participantes, dentre os quais estavam presentes representantes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), da Embrapa, do Ideflor-Bio, do Instituto Floresta Tropical (IFT), da Esalq-USP, da Associação Brasileira de Empresas Concessionárias Florestais (Confloresta) e do Instituto de Manejo Florestal e Agrícola (Imaflora), além de representantes de associações comunitárias, como a Associação Comunitária de Desenvolvimento Sustentável do Rio Arimum e a Associação dos Moradores da Resex Arióca Pruanã. O objetivo era comum: recolocar o manejo florestal no centro das políticas e debates ambientais.
Além do protagonismo da restauração florestal nas agendas atuais, o grupo destacou que o manejo é igualmente crucial para a mitigação das mudanças climáticas. Estudos indicam que florestas manejadas podem sequestrar toneladas de carbono, com um desempenho incomparável frente a outras atividades econômicas.
"Floresta viva significa pessoas valorizadas, mais renda e biodiversidade. O manejo florestal é a melhor opção para unir conservação e desenvolvimento", define Gracialda Costa Ferreira, professora da Universidade Federal Rural da Amazônia.
Entre os desafios apontados, destacam-se:
- Falta de integração entre o setor e demais órgãos que atuam com manejo florestal.
- Baixa demanda por cursos de capacitação técnica.
- Estigma histórico associado ao manejo, confundido com exploração ilegal.
- Estrangulamento regulatório e ausência de políticas sincronizadas entre estados e união.
O grupo ainda reforçou a importância de diferenciar manejo florestal de desmatamento, além de ampliar o uso de espécies florestais no mercado. Também foi destacada a necessidade de inovação tecnológica, fortalecimento de pesquisa aplicada e criação de mercados para produtos florestais.
O próximo encontro acontecerá em março de 2026, com o objetivo de consolidar uma agenda estratégica e dar visibilidade ao manejo como solução socioambiental para a Amazônia. Foram definidas ações como a elaboração de um documento com ações efetivas a ser encaminhado a governos e tomadores de decisão, investimento em formação local e comunitária e preparação de projetos estruturados que fomentem a agenda.
