Iniciativa desenvolvida pelo programa Boi na Linha, do Imaflora, busca prevenir a venda de carne bovina com irregularidades socioambientais
Em mais uma iniciativa inédita para promover a organização e a transparência da cadeia produtiva da carne bovina, o programa Boi na Linha viabiliza um sistema de monitoramento com base na capacidade instalada de gestão da cadeia de fornecimento e nos resultados das auditorias dos frigoríficos e nas informações rastreáveis dos lotes de carne. O serviço permite que varejistas verifiquem a aderência dos produtos em relação à sua própria política de compra de carne. O Protocolo de Monitoramento dos Fornecedores de Carne do Varejo foi construído pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) junto a varejistas que já monitoram seus fornecedores e com consulta de organizações da sociedade civil. O documento dá continuidade ao trabalho do Boi na Linha, que também organizou os protocolos de Monitoramento de Fornecedores de Gado da Amazônia e de Auditoria dos Compromissos da Pecuária na Amazônia.
O Protocolo de Monitoramento dos Fornecedores de Carne do Varejo organiza passo a passo como a empresa pode participar da agenda de responsabilidade do setor. Ele pode ser utilizado por qualquer organização que comercializa carne bovina procedente da região da Amazônia, tendo como fornecedores abatedouros, frigoríficos, processadores, distribuidores ou outros arranjos comerciais. Lisandro Inakake de Souza destaca que o protocolo deve ser visto enquanto um mecanismo de simplificação para o varejista. “É uma oportunidade para catalisar processos. O varejo é um canal importante para dar transparência ao consumidor e, para isso, é necessário que as demandas aos frigoríficos sejam comuns e estejam organizadas por quem está em contato direto com os frigoríficos".
Num contexto de emergência climática e crescente atenção a escolhas responsáveis, é importante que o varejista se aproprie do protocolo e deixe claro que está fazendo o seu papel. A falta de unificação dos processos entre empresas era um dos maiores desafios para a compreensão da cadeia, o que impedia uma análise comparativa de performance e gerava uma “confusão de informações”, segundo Lisandro. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também é um dos co-desenvolvedores do material e tem um papel importante para o avanço conjunto do setor na implantação de sistemas de monitoramento e rastreabilidade, principalmente através do suporte a empresas pequenas e médias. “O protocolo também se torna um novo instrumento de apoio aos associados da Abras”, destaca o coordenador do Imaflora.