Representantes de comunidades tradicionais e povos indígenas, empresas e ONGs se encontram para tratar da economia da floresta viva.

Realizado nos dias 20 e 21 de setembro de 2022, em Alter do Chão (PA), o Encontrão (Encontro Anual da Rede Origens Brasil®) contou com a presença de cerca de 180 pessoas, marcando o retorno a edição presencial. O evento propiciou, após dois anos, espaço de muita troca de experiências entre os vários elos da cadeia de produtos da sociobiodiversidade da Amazônia e a aproximação dos membros da rede. 

A programação contou com momentos de reflexão em grupos sobre comercio ético entre empresas e comunidades, discussão sobre o papel das organizações membros para potencializar a economia da floresta em pé, abordou a evolução da Rede nesses 6 anos e promoveu rodadas de negócios, trazendo casos de parcerias comerciais bem-sucedidas dentro da rede. 

Para Patricia Cota Gomes, diretora adjunta do Imaflora e gerente da Rede Origens Brasil®, “é gratificante ter a possibilidade de reunir esse coletivo em um momento em que há tanta pressão sobre a Amazônia, fragilização das pautas socioambientais e manutenção de um modelo de desenvolvimento que não valoriza a biodiversidade”. Para ela, “reunir pessoas com diferentes visões para refletir e criar juntas soluções é o único caminho possível para resolver os problemas complexos que estamos enfrentando. A rede foi criada com esse propósito”, conclui. 

Criada há 6 anos, a rede administrada pelo Imaflora, congrega uma rica diversidade de atores, atuando para assegurar relações comerciais éticas, com transparência e rastreabilidade. Hoje são 52 milhões de hectares em 33 áreas protegidas com transação comercial nos cinco territórios da Amazônia atendidos pela rede: Xingu, Norte do Pará, Rio Negro, Solimões e Tupi Guaporé. Além de 2.912 produtores (indígenas, quilombolas e extrativistas), 35 empresas e 71 organizações comunitárias e instituições de apoio técnico local. 

As parcerias com empresas que comercializam ou utilizam os ativos da floresta em seus produtos já possibilitaram R$ 13,2 milhões em transações comerciais para cerca de 56 produtos e ingredientes genuinamente amazônicos como sementes de cumaru; castanha-do-Brasil; óleo de copaíba e pimenta indígena em pó.

“Povos indígenas e populações tradicionais, como ribeirinhos, quilombolas e extrativistas, estão há gerações mostrando que é possível produzir e conservar a Amazônia ao mesmo tempo. Eles são responsáveis por uma produção rica e diversa, donos de um enorme conhecimento sobre como utilizar a maior biodiversidade do planeta. Conhecimento tradicional baseado em uma conexão profunda que só quem depende da floresta para sua existência pode ter” ressalta Luiz Brasi Filho, Coordenador da Rede Origens Brasil no Imaflora.

Conheça mais resultados e impacto da rede acessando o relatório anual 2021 em https://www.origensbrasil.org.br/