O desenvolvimento de uma verdadeira economia florestal em que o valor da floresta é compartilhado entre as pessoas que contribuem para sua conservação, só será possível com a combinação de diversas atividades: desde o mais tangível, como a madeira, quanto os mais difusos, como os serviços ambientais.
A combinação do manejo florestal sustentável e de um projeto de carbono do tipo REDD+ (que gera créditos de carbono por desmatamento evitado) é um exemplo de verdadeiro desenvolvimento de uma economia florestal: o primeiro valorizando a madeira de modo responsável, e o segundo os serviços oferecidos por este ecossistema.
Pode até soar contraditória a associação entre uma exploração madeireira e um projeto de carbono por desmatamento evitado (REDD+). Mas, na prática, apenas aproximadamente 2% a 3% do estoque de carbono da área de manejo total é extraída para ser comercializada, sem contar que o ciclo produtivo respeita a regeneração da floresta. Alguns estudos indicam inclusive que ao final de um ciclo de manejo exista mais biomassa do que no início da operação.
Pela ótica do carbono, o impacto causado através da infraestrutura necessária à operação já é considerado no cálculo das emissões evitadas, de forma que os créditos de carbono colocados no mercado são líquidos das intervenções futuras. O cálculo feito considera a média de 20m3 de madeira retirada por hectare que, multiplicados pelo parâmetro de conversão em dióxido de carbono, resultam em 25 tCO2 equivalente por hectare – o que tem representatividade baixa se comparado a todo o potencial de conservação da área manejada. Estima-se que cada hectare de floresta amazônica tenha armazenado em sua biomassa aproximadamente 500tCO2 .Este desconto é, entretanto, incluído de forma conservadora, pois a maior parte das toras retiradas para fins comerciais raramente originam emissões, já que o seu principal destino é a transformação em bens de uso durável.
O manejo florestal sustentável é planejado e operado de forma que a floresta e seus serviços sociais e ambientais sejam mantidos, atribuindo-lhe valor econômico de forma perene. Algumas técnicas evidenciam este propósito: a reserva de cerca de metade da região original como área testemunho / controle; a exploração de uma pequena parcela do todo a cada ano, de forma que ao se reiniciar o ciclo produtivo, a vegetação da primeira parcela explorada esteja regenerada; a baixa intensidade de colheita de cerca de 7 árvores por hectare; a seleção e identificação prévia das árvores a serem colhidas e o cuidado para se minimizar o impacto na vegetação de entorno. É feito também o monitoramento da composição florística através da conservação de árvores porta-sementes, para facilitar a reprodução das espécies comerciais retiradas e o plantio de mudas para a regeneração.
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