2023: retorno ao debate e à construção de soluções para o enfrentamento do desmatamento e da crise climática
Acesse o Relatório Anual Imaflora 2023 neste link (inglês)
“O Brasil voltou.” Essa foi a frase que circulou na COP 27, a Conferência do Clima realizada em novembro de 2022, no Egito, quando a mudança de governo no Brasil já havia sido definida e apontava novos ventos para a política climática. De lá para cá, outra COP já passou e a expectativa com o retorno de uma liderança ambiental por parte do Brasil se traduziu na escolha do país como sede da edição de 2025 da conferência, a ser realizada no Pará, em plena Amazônia. Se pensarmos que, há quatro anos, o Brasil abria mão de sediar a COP 25, podemos entender o interesse em receber o evento como um sinal de que o Brasil retornou de fato.
Como organização que atua em diferentes áreas, sempre no intuito de demonstrar que a conservação pode ser conciliada com o desenvolvimento econômico sustentável, pudemos retomar o diálogo ambiental. E, se em âmbito internacional, o país deixou a posição de pária na qual havia se colocado, no cenário doméstico quem voltou à mesa foi a sociedade civil. Após um longo período em que as instâncias de participação foram sendo esvaziadas sem diálogo, em 2023 as organizações sociais voltaram a fazer parte do debate.
Com isso, atuamos junto a diversos ministérios, espaços e comitês, oferecendo conhecimento técnico e propostas baseadas em estudos e pesquisas para enriquecer planos e políticas relacionados aos três eixos estratégicos do Imaflora:
No eixo de Uso da Terra e Mudanças Climáticas, buscamos reduzir as atividades ilegais e predatórias nas cadeias florestais e agropecuárias, recomendando, dentre outras ações, a rastreabilidade na cadeia da pecuária e incidindo em políticas nacionais que incentivem práticas de baixas emissões;
Em Cadeias Florestais e Agropecuárias Responsáveis, o combate ao desmatamento, o fomento às boas práticas agrícolas e a promoção da legalidade florestal foram foco de nossas intervenções, em conjunto com a facilitação de benefícios para agricultores familiares e comunidades tradicionais;
Nas Cadeias da Sociobiodiversidade e Desenvolvimento Territorial, participamos de espaços para promover a construção de uma sociobioeconomia que possibilite uma vida digna e plena aos povos que vivem na Amazônia e a manutenção da floresta em pé.
O ano de 2023 marcou também o encerramento de um ciclo de desenvolvimento dentro do Imaflora. Após mais um período de intensas ações de formação, promovemos um grupo de novas lideranças e criamos uma frente totalmente dedicada às pessoas, fortalecendo nossa equipe.
Outra movimentação relevante se deu por meio de nossa comunicação, reformulada para uma atuação mais estratégica, resultando na conquista de espaços relevantes por meio dos quais o Imaflora pode ampliar seu diálogo com a sociedade.
Mesmo com tantas ações focadas nas diversas frentes, no último ano pudemos comemorar a abertura do Centro de Aprendizagem e Cultura Imaflora, o CACUÍ. Um projeto colaborativo de disseminação de soluções para a causa ambiental e o enfrentamento da crise climática. Afinal de contas, precisaremos cada vez mais de líderes engajados e preparados para protagonizar a mudança, ampliando nosso trabalho como uma organização que se dedica a promover o uso sustentável e inclusivo dos recursos naturais nas cadeias florestais, agropecuárias, da sociobiodiversidade e da agenda climática.
Marina Piatto, Diretora Executiva do Imaflora.
Patrícia Cota Gomes, Diretora Executiva Adjunta do Imaflora