ATERRA reúne mais de 800 pessoas em São Paulo para pensar o futuro socioambiental do Brasil. O evento celebrou os 30 anos do Imaflora e prepara caminhos para a COP30.
Nos dias 20 e 21 de agosto, o Sesc Santo Amaro (SP) foi palco do ATERRA, um encontro de dois dias que celebrou os 30 anos do Imaflora e reuniu especialistas, produtores rurais, pesquisadores, comunidades tradicionais, empresários e gestores públicos para debater temas estruturantes para o presente e o futuro do país.
O evento foi um sucesso de público: 823 pessoas participaram presencialmente, de um total de 1.400 inscritos, enquanto os conteúdos do encontro alcançaram mais de 230 mil pessoas nas redes sociais. Agricultores, lideranças indígenas, quilombolas, representantes de empresas, academia, governo, ONGs e toda a equipe do Imaflora estiveram presentes, consolidando o ATERRA como um espaço de diálogo e cultura.
Assim como anunciado, o encontro contou com uma programação intensa, incluindo 24 mesas e talks que aprofundaram reflexões e apresentaram soluções sobre clima, agropecuária sustentável, florestas vivas e sociobiodiversidade. Entre os nomes de destaque estiveram Mauro Lúcio, referência em pecuária sustentável; Cleici Patauá, liderança indígena em negócios éticos e bioeconomia; Thaynah Gutierrez, da Rede por Adaptação Antirracista; Márcio Astrini, do Observatório do Clima; além de representantes do Ministério do Meio Ambiente, como André Lima e André Aquino, que trouxeram ao debate os desafios e perspectivas de políticas públicas voltadas ao combate ao desmatamento e financiamento florestal.
Entre os painéis que mais repercutiram estiveram: Era do fogo e adaptação climática, com André Lima; Floresta em pé: quem paga essa conta?, com André Aquino; Negócios em transição: responsabilidade social, ambiental e investimentos de impacto, com nomes como Anna Paula Losi (AIPC), Patricia Daros (Fundo Vale), Isadora Capeletti (Raízen) e Carmem Lúcia (ABICafé); além da mesa Do campo ao prato: caminhos para uma transição agroalimentar justa e de baixo carbono, mediada por Marina Piatto (Imaflora), reunindo especialistas como Arilson Favareto (USP), Pedro Zanetti (iCS), Marina Ferro (InPACTO) e Paula Packer (Embrapa).
O ATERRA também foi um espaço de celebração cultural. A feira Produtores da Terra reuniu cooperativas e parceiros do Imaflora e da Rede Origens Brasil; a Exposição ATERRA retratou os territórios e as pessoas por trás da história do Imaflora; o público conferiu o pré-lançamento do documentário ATERRA; e crianças do Programa Curumim Sesc participaram de uma oficina de plantio com as mulheres produtoras de Cacau e Guaraná, parceiras do Imaflora.
O primeiro dia encerrou com a música de Renato Teixeira, seguida pelo grupo paraense Suraras do Tapajós, que colocou o público para dançar um carimbó tradicional. Outras atrações marcantes foram a Exposição Redes de Povos, com curadoria de Karaí Mirim (Guarani); a instalação Cinzas da Floresta, do artista Mundano, feita com cinzas de queimadas na Amazônia e já confirmada para a COP30; além de pinturas indígenas com representantes Kayapó e Marubo.
O evento ainda abrigou o Encontro da Rede Origens Brasil ®, que reuniu seus principais membros em rodas de conversa e discussões sobre o futuro da rede.
“Pela primeira vez, reunimos todas as nossas áreas e núcleos de atuação para um evento conjunto com nossos parceiros. Foi lindo, emocionante, tecnicamente sólido e mexeu com cada um de nós. Ficou marcado na nossa memória para sempre”, afirmou Patrícia Cota, secretária executiva adjunta do Imaflora.
O ATERRA marcou também o início de uma parceria de longo prazo entre Imaflora e Sesc, que seguirá apoiando o desenvolvimento de projetos socioambientais e culturais na unidade Santo Amaro. A exposição A Terra, o documentário ATERRA e a obra de Mundano seguem em cartaz no Sesc até o próximo mês e depois circularão por outras unidades, além de chegar à COP30, em Belém (PA).
O evento integrou as celebrações dos 30 anos do Imaflora, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), uma organização da sociedade civil que, desde 1995, promove a conexão entre diferentes atores e o desenvolvimento de soluções que compatibilizem atividades produtivas com conservação ambiental. Com ações em agropecuária, florestas e sociobiodiversidade, está à frente de projetos de ESG em diferentes regiões do Brasil, realiza estudos e consolida dados relativos às suas frentes de ação, contribuindo para o debate e a formulação de políticas públicas, tanto no Brasil quanto no exterior. O evento contou ainda com parceria do Sesc, um dos mais importantes aparelhos culturais do país, a correalização da Rede Origens Brasil, criada em 2017 para fomentar o comércio ético de produtos da sociobiodiversidade originados de povos indígenas e populações tradicionais da Amazônia, patrocínio do Fundo Vale, apoio dos financiadores Bezos Earth Fund, UK Pact, Jacobs Futura Foundation, Zurich Foundation, Climate and Land Use Alliance, ICS e Orpheu, parceiro do Imaflora, o Café certificado Oficial do evento.
