Encontro online que integrou o calendário da 10ª DW! Semana de Design de São Paulo reuniu especialistas do setor para discutir oportunidades que a sustentabilidade pode trazer para o setor da arquitetura e para os negócios da construção civil.
O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de madeiras nativas em todo o mundo. Por aqui, 90% de toda a produção abastece o mercado interno, em especial, os setores da construção, movelaria e marcenarias – o que torna essas áreas da economia grandes motores para impulsionar o combate à ilegalidade e ao desmatamento e, ao mesmo tempo, gerar oportunidades de novos negócios sustentáveis.
Profissionais que atuam nesse setor, como arquitetos e designers de produtos, são fundamentais na promoção de uma cadeia mais sustentável, capaz de se fortalecer sob parâmetros legais e reforçando a importância das florestas no cenário de mudanças climáticas.
A maior parte da madeira nativa é consumida em obras residenciais, sendo que boa parte da madeira extraída das florestas ainda tem uma aplicação com baixa agregação de valor. Outro desafio é combater a origem ilegal da madeira. Segundo levantamentos recentes feitos pelo Imazon, no Pará, e pelo Instituto Centro de Vida (ICV), no Mato Grosso (os maiores estados produtores de madeira nativa no Brasil), cerca de 40% a 50% da madeira é extraída ilegalmente, um volume ainda muito desafiador.
Pensando no protagonismo dos profissionais da construção, arquitetura e design e em como suas escolhas, decisões e recomendações sobre a origem, as matérias primas e a sustentabilidade em seus projetos ajudam no cuidado com o meio ambiente e na proteção as florestas, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) realizou o encontro “Arquitetura do Amanhã 2: Construindo Negócios Sustentáveis”, dia 7 de outubro, das 16h às 18h, no canal do YouTube da entidade, com participação de diversos convidados especiais e apoiadores.
“Acreditamos que o segmento de arquitetura e design pode fazer a diferença à medida que considere o uso da madeira, sua origem e a conexão do produto com a Amazônia. Sabemos que somente através do uso dos produtos florestais poderemos agregar valor à floresta e mantê-la em pé”, ressalta Leonardo Sobral, gerente florestal do Imaflora.
De acordo com Sobral, houve um aumento na procura por madeira legal e até certificada por parte de pequenas e médias empresas da indústria marceneira e moveleira. “Há um crescimento na demanda por móveis e objetos de decoração com pegada de responsabilidade referente à origem da madeira, e isso é algo que agrega valor não apenas à floresta como também às empresas que consideram a sustentabilidade em seus negócios”, complementa.
Sobre o evento
Com inscrição gratuita, o encontro online contou com dois painéis de diálogos, cada um com dois convidados e um mediador, que conversaram sobre temas ligados às oportunidades de negócios para players de empreendimentos sustentáveis e à pauta de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), o índice que avalia as operações das empresas de acordo com seus impactos nestes três eixos da sustentabilidade e que tem ganhado cada vez mais importância no mercado global de madeira.
Na estreia, em março passado, o talk show totalizou 614 inscritos e engajou cerca de 13 mil pessoas nas redes sociais. Para esta segunda edição, a expectativa foi alcançar ainda mais participantes e ampliar o foco dos debates.
Foram apoiadores do evento: Noah Wood Building Design, Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), Marquetti Bonetti Arquitetos Associados, Tora Brasil, Núcleo da Madeira e Ipê-Amarelo Arquitetura.
Agenda:
Arquitetura do Amanhã 2: Construindo Negócios Sustentáveis
Data: 07.10.2021
Horário: das 16h às 18h
Sobre o Imaflora
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma organização sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país.