O programa de verificação de fornecimento ético que avalia as fazendas com base em critérios socioambientais e econômicos é o que habilita produtores e empresas como fornecedores da rede norte-americana de cafeteria
Uma das maiores redes de consumo de café no mundo, a Starbucks desenvolveu um padrão próprio de qualidade para a produção de café sustentável. Sendo o Brasil o maior produtor de café mundial - somente em 2020 foram produzidas 63,1 milhões de sacas, o equivalente a 3,7 toneladas de café - a multinacional norte-americana tem investido na compra de insumos brasileiros. No entanto, para se tornar um fornecedor da empresa é preciso possuir o selo de boas práticas e fornecimento ético denominado Práticas de Equidade na Produção de Café, ou C.A.F.E (Coffee and Farmer Equity) Practices.
Pensando nisso, o Grupo Montesanto Tavares, uma holding com experiência em todas as etapas da cadeia cafeeira, atuando desde a origem dos cafés até a venda dos blends no exterior, escolheu o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora, para realizar as verificações da sua cadeia.
“Há aproximadamente oito anos nós desenvolvemos um trabalho de orientação aos produtores da nossa cadeia, buscando a melhoria contínua com foco na gestão da propriedade, promovendo as boas práticas agrícolas, ambientais e sociais. Então, o protocolo CAFÉ Practices veio para agregar com o trabalho que desenvolvemos junto aos produtores, principalmente na questão de melhoria contínua da cadeia, além de ser uma oportunidade de trazer reconhecimento e credibilidade através de uma auditoria de terceira parte”, afirma Thiago Fraco da Silveira, coordenador de sustentabilidade do Grupo Montesanto Tavares.
O Imaflora iniciou as verificações para o protocolo nas fazendas e armazéns que compõe a cadeia de fornecimento do Grupo Montesanto Tavares para a Starbucks, em maio. Previsto para durar quatro meses, esse trabalho atesta que as exigências da norma sejam cumpridas. “Acreditamos que será grande o desafio de planejamento e operação em função da quantidade de fazendas e armazéns, das distancias e logísticas envolvidas e pelo aprendizado, pois é a primeira vez que o Imaflora realiza este protocolo, mas estamos confiantes de que nossa experiência será fundamental para o sucesso da operação”, conta Edson Teramoto, coordenador de certificação no Imaflora.
Até o momento o Brasil só contava com três entidades verificadoras das práticas de acordo com o protocolo desenvolvido pela Starbucks. Recentemente, no entanto, o Imaflora uma certificadora socioambiental com mais de 27 anos de experiência no mercado, também passou a fazer essa verificação.
Criado pela SCS Global Services, em associação à Starbucks e à Conservação Internacional, o padrão foi um dos primeiros conjuntos de normas da indústria do café para a compra ética e visa garantir que a Starbucks tenha fornecedores de café sustentável ao longo de toda a sua cadeia produtiva. A SCS é responsável também por assegurar a qualidade e a integridade do processo de verificação de terceira parte do selo, capacitando e aprovando organizações que realizam as verificações.
De acordo com a empresa, a verificação das práticas segundo o protocolo CAFÉ Practice abrange um conjunto de mais de 200 indicadores sociais, econômicos e ambientais. Esta abordagem avalia as fazendas tendo como base em critérios de qualidade econômicos, sociais e ambientais, todos concebidos para promover práticas de cultivo de café transparentes, lucrativas e sustentáveis, ao mesmo tempo que protege o bem-estar dos cafeicultores, das suas comunidades e do planeta.
