Segundo volume da série Florestas de Valor destaca os desafios e aprendizagens do trabalho de desenvolvimento territorial sustentável com assentados, quilombolas e indígenas da região
Gerar renda, respeitando o modo de vida tradicional das populações locais, a partir de atividades sustentáveis, em territórios protegidos como Unidades de Conservação da Natureza, Terras Indígenas e Territórios Quilombolas é o objetivo do trabalho desenvolvido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) há 14 anos na região conhecida como Calha Norte, no Pará.
A publicação “Desenvolvimento Territorial e Sustentabilidade: a experiência do Imaflora no Norte do Pará” descreveu o trabalho desenvolvido ao longo de mais de uma década, por meio do programa Florestas de Valor, na região que ocupa 22% da superfície do estado e abrange nove municípios: Alenquer, Almeirim, Curuá, Faro, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Terra Santa e parte do município de Prainha.
Dentre as ações do programa, têm destaque o apoio ao manejo sustentável e comercialização da castanha-do-Brasil, do óleo de copaíba e do cumaru para mercado nacional e internacional, ao mesmo tempo que concomitantemente promove a produção agrícola mais sustentável e o mercado local incluindo a venda dos produtos dos agricultores familiares ao programa de alimentação escolar de Oriximiná.
“Este segundo volume da série Florestas de Valor busca espelhar parte dessa experiência, os desafios que enfrentamos e as conquistas que construímos – sempre de mãos dadas com nossos parceiros e as comunidades locais”, afirmou o então secretário executivo do instituto, Roberto Palmieri, no texto de abertura deste segundo volume.
Segundo o pesquisador e um dos autores do livro, Igor Scaramuzzi, as comunidades quilombolas do Alto Trombetas estão na região há pelos 200 anos e, hoje em dia, enfrentam o desafio de se manter nos territórios, gerando renda. “Um grande desafio da gestão territorial é a criação de formas de uso e manejo das áreas que sejam sustentáveis. Que gerem renda e respeitem o modo de vida dessas comunidades, capacitando seus lideres para que eles tenham autonomia”, afirmou o pesquisador.
O trabalho desenvolvido pelo Imaflora na região nos últimos anos ajuda a conservar a Amazônia, porque além de suprir as demandas das comunidades por geração de renda com atividades sustentáveis alternativas às práticas predatórias, é também uma forma de resistir à crescente pressão do avanço das fronteiras do desmatamento na região.
“A valorização da sociobiodiversidade por meio do acesso a políticas públicas específicas e pelo fomento a formulação de outras, no âmbito da agricultura familiar e do extrativismo, é um dos caminhos escolhidos pelo Imaflora para consolidar uma proposta de desenvolvimento territorial que faça frente às atividades predatórias aos povos indígenas e comunidades tradicionais bem como à conservação florestal no norte do Pará”, afirmam Mateus Lobo e Andressa Neves, também autores da publicação.
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