Rede movimentou R$ 5 milhões em 2023 com comércio ético, acumulando mais de R$ 23,6 milhões desde 2016
Origens Brasil® aumenta sua penetração na Amazônia, passando a atuar em 49 áreas protegidas
01/04/2024
Iniciativa inovadora, voltada à promoção do comércio ético e fortalecimento econômico dos povos da floresta como solução para a conservação da Amazônia, a rede Origens Brasil®, administrada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), aumentou três áreas protegidas na Amazônia, chegando no ano passado, a 49 áreas protegidas – em 2022 eram 46 –, incluindo áreas no Xingu, no Norte do Pará, no Rio Negro, no Solimões e no Tupi Guaporé. Desse total, 38 áreas protegidas realizam comercializações de produtos da sociobioeconomia– duas a mais que no ano anterior –, gerando valor para a floresta em pé e para os povos que vivem dela.
“A rede Origens Brasil® quer mudar a lógica tradicional de se fazer negócios na Amazônia brasileira, estimulando o comércio ético de produtos da sociobioeconomia. Facilitamos relações comerciais entre empresas, povos indígenas e populações tradicionais, promovendo a construção dessas parcerias, juntamente com instituições de apoio, que são ONGs com relações estabelecidas nos territórios, e que fazem parte da rede. Tendo como compromisso manter a transparência e a ética nas negociações entre as partes e na geração de renda, visando o aumento da qualidade de vida, a valorização da cultura e a manutenção digna destas populações tradicionais nos seus próprios territórios, com a conservação da floresta através dos seus modos de vida”, afirma Luiz Brasi, gerente da rede Origens Brasil® no Imaflora.
Origens Brasil® em 2023
A rede, juntamente com novas parcerias empresariais e também por meio do engajamento na compra de produtos da sociobiodiversidade amazônica, movimentou R$ 5 milhões em 2023, acumulando mais de R$ 23,6 milhões desde 2016, quando a rede teve início. em 2023, a rede Origens Brasil® ou-se com 77 povos indígenas e populações tradicionais, 12 a mais que em 2022. Ao todo, são 61 milhões de hectares de florestas conservadas que compõem os territórios ligados à Origens Brasil®.
Além disto, a rede também passou a reunir um número maior de instituições de Apoio e Organizações Comunitárias em 2023, chegando a 82 delas, sete a mais do que no ano anterior.
“2023 marcou o ingresso de 671 novos produtores na rede, o que elevou o número de cadastrados, entre extrativistas, indígenas, quilombolas e manejadores de pirarucu, a um total de 4.053 pessoas destas localidades integrantes da rede. Tivemos também 35 empresas negociando diretamente com as comunidades pautadas pelos princípios de comércio ético da rede, com transparência e diálogo, além praticar preços justos para valorizar a manutenção da biodiversidade na floresta”, diz Luiz.
Acesse o Relatório Anual Origens Brasil® 2023 neste link.
Participação na rede por região
Na região do Xingu, em 2023, houve uma movimentação financeira em torno de R$ 2,7 milhões com a comercialização de 43 produtos, entre os quais, castanha-do-brasil, borracha natural, copaíba, cumaru, óleo de pequi, pimenta, babaçu, além de artes indígena e ribeirinha. Esta região envolve 14 áreas protegidas, que se estendem por quase 18 milhões de hectares de floresta em pé conservados por povos indígenas e populações tradicionais. Nessas terras, vivem 1.322 produtores cadastrados à rede – em 2022 eram 933 –, em sua maioria indígenas (87%).
A região do Rio Negro ligada à rede Origens Brasil® possui nove áreas protegidas em uma extensão de 22,3 milhões de hectares de floresta preservados. No ano passado, 18 produtos, entre os quais castanha-do-brasil, pimenta Baniwa, cogumelo Yanomami, breu e arte indígena, geraram mais de R$ 390 mil em relações comerciais. Nestas terras vivem 458 produtores cadastrados à rede – cinco a mais que em 2022 –, dos quais 76% são indígenas.
O Norte do Pará se diferencia pela expressiva contribuição da população quilombola, com cerca de 37% dos 741 produtores cadastros (em 2022 eram 713). Pelo comércio de 11 produtos, entre os quais, castanha-do-brasil, copaíba, cumaru, mel, pimenta assîsi e andiroba, atingiu-se cerca de R$450 mil negociados no ano. Esta região envolve 12 áreas protegias, que se estendem por quase 11,5 milhões de hectares de floresta em pé conservados.
A geração de renda nos Solimões chegou a mais de R$ 1 milhão com a comercialização de quatro produtos, com destaque para o Pirarucu, além dos artesanatos molongó e teçume, e da farinha. Esta renda atingida no ano passado representa praticamente 50% do que já foi gerado desde o início da rede na região em 2019.
O Solimões possui duas áreas protegidas em uma extensão de 3,5 milhões de hectares de floresta preservados, onde vivem 599 produtores cadastrados à rede, dos quais 91% são manejadores, cuja atividade praticada pelos ribeirinhos une pesca e manejo de recursos não madeireiros.
No Tupi Guaporé, território mais recente de atuação, com 11 áreas protegidas, equivalente a mais de 3,3 milhões de hectares de floresta em pé conservados por povos indígenas e populações tradicionais, a rede integra 936 produtores cadastrados, dos quais 76% são indígenas. Nestas terras, são produzidos artesanato, borracha e castanha que geraram uma renda de mais de R$ 1 milhão em 2023.
"Apesar dos grandes desafios enfrentados nestas regiões nos últimos anos, estamos satisfeitos com os resultados conquistados em 2023, principalmente pelas parcerias firmadas, e também estamos esperançosos para um futuro ainda mais promissor no desenvolvimento da economia da sociobiodiversidade. Seguiremos atuando em iniciativas positivas para garantir negócios pela Amazônia viva, com respeito, transparência, constância e em colaboração com todos que contribuem para a conservação deste imenso patrimônio da sociobiodiversidade que é a Amazônia”, conclui Luiz.
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