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Café carbono negativo é destaque em evento sobre oportunidades financeiras no agro

04/09/2024

O Imaflora participou do evento Agroconexão – o futuro do crédito rural, no último 3 de setembro, em Ribeirão Preto (SP), realizado pela DT22. Gabriel Quintana, analista de Clima e Uso da Terra no Imaflora, foi um dos apresentadores do painel “Energia Renováveis e Descarbonização”, onde destacou os projetos de balanço de emissões e remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE) realizados junto com a MonteCCer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado de Monte Carmelo) e com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Foi atestado que o cultivo de café arábica e conilon com boas práticas agrícolas em Minas Gerais e no Espírito Santo, respectivamente, apresentam balanço negativo, ou seja, mais removem carbono do que emitem.

 

Os projetos tiveram como objetivo calcular os balanços de emissões e remoções da produção tradicional de café arábica e conilon, com a adoção de boas práticas sustentáveis, e estimar a adicionalidade gerada pela alteração do manejo agrícola que adota práticas mais regenerativas. Entre elas, estão o retorno dos resíduos de pós-colheita ao solo, a manutenção dos resíduos das podas nas lavouras, a prática de cobrir o solo na entrelinha do café na fase inicial da lavoura, e a preferência por adubos orgânicos ou organominerais. “Segundo o estudo, a implementação de práticas sustentáveis no cultivo do café conilon quase triplica a retenção de dióxido de carbono no solo em relação à produção tradicional, fazendo com que o balanço seja negativo.”

 

Quintana também abordou outras iniciativas e soluções do Imaflora voltadas para o setor agropecuário, dando ênfase a boas práticas e gestão socioambiental, entre elas as certificações e verificações, que ajudam a promover a sustentabilidade no agronegócio.

 

Durante a apresentação, foi pontuado que a adoção de práticas mais regenerativas também melhora a qualidade e saúde do solo, além do balanço de gases de efeito estufa, sendo uma importante forma de ocupar as áreas já antropizadas, que hoje são pouco produtivas e com algum nível de degradação, com esses sistemas de produção. “Mais uma vantagem do setor ao mitigar os GEE é que essas mesmas práticas ajudam na adaptação dos nossos sistemas produtivos para essas intempéries do clima, contribuindo com a elevação da resiliência da nossa produção. Por isso é fundamental a transição e fomento para que esses bons exemplos se tornem maioria”, esclareceu Quintana. 

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