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Iniciativa apoia a elaboração de estratégia programática para mitigação de metano na produção agropecuária

01/09/2025

O Imaflora integra uma iniciativa em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV) e a Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), com apoio do Climate and Clean Air Coalition (CCAC) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para desenvolver uma estratégia programática voltada à mitigação das emissões de metano (CH₄) no setor agropecuário brasileiro. A iniciativa, que parte das práticas já dispostas no Plano ABC+, tem como foco principal aprimorar e trazer fôlego novo às estratégias que colaborem com a redução da intensidade das emissões de gases de efeito estufa, com o foco em metano da produção pecuária, promovendo práticas de manejo mais eficientes e ambientalmente responsáveis.  

 

Entre as atividades realizadas para consolidar diretrizes, metas e ações de mensuração, avaliação e monitoramento voltados à redução do metano, um dos gases com maior potencial de aquecimento global, ocorreu a Oficina para Alinhamento e Validação da Estratégia, que reuniu especialistas e gestores públicos em Brasília no de julho. 

 

O analista em emissões de GEE do setor Agropecuário na Iniciativa de Ciência do Clima do Imaflora, Gabriel Quintana, explica que o objetivo do projeto é apoiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) na criação de uma rota que auxilie na implementação de estratégias de mitigação focada em metano, além de estabelecer um processo de MRV (monitoramento, reporte e verificação) robusto e alinhado com as metodologias do IPCC, autoridade internacional em mudanças climáticas. 

 

"O projeto tem como foco principal apoiar a construção de uma estratégia nacional de mitigação de metano partindo do já existente no Plano ABC+ (Plano Setorial para Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária). Entre as ações prioritárias, destacam-se a terminação intensiva — que inclui a redução do tempo de abate e a melhoria do manejo alimentar dos animais na fase final de produção —, a recuperação de pastagens degradadas e a adoção de sistemas integrados, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que auxiliam no fornecimento de alimento na quantidade e qualidades necessárias para maior desempenho animal", acrescenta Quintana. 

 

De acordo com Quintana, a terminação intensiva compreende as ações como a redução do tempo de abate e a melhoria do manejo e da alimentação dos animais na fase final antes do abate. Portanto, a lógica de ter foco nessa estratégia é intensificar o manejo alimentar nessa fase fazendo com que o gado atinja o ponto de abate mais rapidamente, o que reduz suas emissões de metano. Já as práticas relacionadas ao uso do solo não atuam diretamente sobre o metano, mas contribuem para a mitigação ao promover remoção de carbono no solo e maior eficiência produtiva.  

 

A partir dessa estratégia programática, serão definidos os principais pilares para a mitigação de metano na pecuária como um detalhamento técnico das práticas, aprimoramento de indicadores relevantes, além da identificação de formas eficazes e transparentes de monitoramento. O processo também envolverá o mapeamento de ações de fomento junto aos stakeholders, considerando as principais barreiras e desafios para a ampliação dessas práticas, bem como a implementação das ações técnicas no campo. O desenvolvimento da estratégia também busca dar luz às oportunidades econômicas e financeiras para o setor, ao impulsionar mercados sustentáveis. 

 

A adoção das práticas previstas na estratégia promove o aperfeiçoamento técnico das operações pecuárias, resultando em maior eficiência e produtividade do sistema como um todo. Quintana ainda destaca que, ao incorporar tecnologias e manejos mais sustentáveis, os produtores têm a oportunidade de acessar mercados diferenciados, com maior valorização ambiental e potencial de uma remuneração e rendimentos financeiros.  

 

A iniciativa também conta com o Instituto Centro de Vida (ICV), que tem atuado nesse projeto como ponte entre esses territórios e a estratégia nacional, contribuindo com experiências concretas e exemplos bem-sucedidos nos estados do Mato Grosso e Bahia os quais se destacam pela incorporação de tecnologias e na adoção de boas práticas agropecuárias, que podem inspirar sua replicação em escala mais ampla. 

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